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Ano Novo, tradições antigas


O fim do ano está chegando e com ele as superstições e simpatias mais inusitados. Comidas típicas e determinadas peças de roupas novas ou de determinadas cores são apenas algumas das simpatias mais populares nas festas de fim de ano, pois começar o ano renovado é a mesma proposta de todo mundo não? Para algumas pessoas recorrer a mandingas e seguir tradições que prometem trazer sorte, amor, dinheiro também são válidas.

Entre as principais tradições desta época está o hábito de comer lentilhas, o que promete muita fartura; uvas e avelãs também são degustadas para o mesmo fim. Já o uso de peças de roupa branca é bem comum em muitas culturas e simboliza paz e purificação espiritual, este costume veio das tribos africanas que usavam trajes brancos para homenagear Iemanjá. No Brasil muitas regiões seguem o costume de presentear a Orixá Iemanjá levando flores, sabonetes, velas ou qualquer outra oferenda na virada do ano. Acredita-se que dessa forma, a deusa da água levará todos os problemas para o fundo do mar, resultando em sorte no próximo ano. “Na virada do ano gosto de usar a roupa branca e fazer oferendas para Iemanjá”, comenta a feirante Daiane Pereira de Souza, 25, que reside no bairro Parque do Serrado, em Alto Araguaia. A feirante diz ainda que a lentilha e o peixe também não podem faltar em sua mesa de final de ano. “Não pode faltar nada e com certeza precisa ter muito churrasco”, completa. Já os professores Sérgio Santos, 35, e sua esposa, Natália Tripoloni, 32, disseram que, sempre que possível, pulam as sete ondas do Mar e usam roupa branca e amarela. “Nós comemos as sementes de romã e anotamos as metas para o ano seguinte e só conferimos no fim do novo ano”, complementa a professora Natália. Para quem está querendo ganhar mais dinheiro, a tradição de comer sete sementes de romã e guardá-las na carteira até o próximo Réveillon é uma das mais comuns. O número sete é muito importante quando se faz simpatias, pois além dos sete chacras, ainda tem sete dias da semana. Daiane, Sérgio e Natália são algumas das poucas pessoas que encontramos na cidade de Alto Araguaia, localizada na região Sul de Mato Grosso, que segue algum tipo de tradição ou simpatia desta época do ano. Conforme observamos, a partir entrevistas realizadas para essa reportagem, a maioria dos araguaienses não tem o costume de seguir as tradições de fim de ano, principalmente os mais jovens. Com isso, muitas pessoas afirmaram que o uso da roupa branca é apenas por ser comum e mais usado em festas e reuniões familiares, mas não como superstição, conforme esclarece o universitário Thassio Arthur Grisólia. “Eu não faço nada diferente no fim de ano além de comer muita uva-passa e tomar um vinho”, comenta. Para ele, o consumo da bebida e da fruta não tem nada a ver com simpatia. “Eu gosto de tomar vinho em família e sempre que tiver uva passa vou comer”, finaliza Thassio. Já Maria Francisca Mendes, 61, professora aposentada, prefere passar o ano novo na igreja, junto com a família e ceiam lá mesmo. “Não temos superstições, não comemos e nãos vestimos com algo relacionado”, defende a aposentada. Francisca revela ainda que a ceia da igreja tem as comidas típicas de final de ano, mas só come porque são gostosas.

Curiosidades Você sabia que o ano novo começou a ser comemorado no dia primeiro de janeiro na maioria dos países há mais ou menos 500 anos? Nos calendários babilônicos de 2.800 a. C. até o calendário gregoriano, a comemoração do Réveillon foi mudada várias vezes. Por volta de 2.000 a. C., a primeira comemoração foi na Mesopotâmia com o nome de ‘Festival de Ano Novo’. Começava sempre na lua nova do equinócio da primavera, em meados de março. Já os assírios, persas, fenícios e egípcios celebravam no início de um novo ciclo no dia 23 de setembro, e os gregos no dia 21 ou 22 de dezembro. Por volta de 753 a. C. os primeiros a estabelecerem uma data no calendário foram os romanos. Para eles, o ano começava em 1º de março. Em 153 a.C. a data foi mudada para 1º de janeiro. Em 1582, a Igreja consolidou essa “escolha” no calendário gregoriano. Atualmente, alguns povos e países comemoram o Ano Novo em datas diferentes – como a China, que celebra entre o fim de janeiro e começo de fevereiro. A comunidade judaica também tem outro calendário: a festa ocorre em meados de setembro até início de outubro. Para os islâmicos, o Ano Novo é celebrado em meados de maio. Para celebrar a passagem do ano, tornou-se um costume o uso dos fogos de artifícios celebrando a chegada do novo ano à meia-noite. Essa tradição teve início na Índia ou na China, não se sabe ao certo. Originalmente, os fogos eram armas militares e por conta de sua imprevisibilidade e cores vibrantes, acharam mais conveniente usá-los para entretenimento ao invés de utilizá-los nos campos de batalha. Reportagem publicada na 6ª edição do Jornal JÁ - Dezembro de 2016.

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