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Associação é criada para gerenciar Casa do Mel


Durante uma reunião realizada no mês passado na Câmara de Vereadores de Alto Araguaia, foi criada a Associação de Apicultores do Vale do Araguaia, que será responsável pela administração e utilização da Casa do Mel de Alto Araguaia. O local será utilizado para o processamento de mel e seus derivados. O espaço está pronto há quatro meses, mas ainda não foi inaugurado porque falta produção.

A reunião foi convocada pela secretaria municipal de Agricultura. 25 pessoas participaram, entre vereadores, pequenos produtores rurais, comerciantes e um representante da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Alto Araguaia. Após discussões sobre o processo de criação de abelhas - do ponto de vista técnico e mercadológico - os presentes aprovaram o Estatuto Social da associação de apicultores e escolheram os membros da diretoria e do conselho fiscal.

O estudante do curso de Letras da Unemat e técnico agrícola e apicultor Raimundo Nonato Ribeiro de Souza, 25 anos, paraense da cidade de Redenção e há dois anos morando em Alto Araguaia, foi eleito presidente da associação. Ele possui formação técnica na área de apicultura e já foi, inclusive, instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) do Pará, no ensino de práticas de criação de abelhas. Desde que chegou à cidade, Souza luta pela ampliação da produção apícola no município.

“Só através de uma sociedade civil organizada é possível gerar um projeto dessa natureza, como a Casa do Mel, que só pode ser gerida por uma associação de produtores. É necessário passar por esse processo (criação da associação). Importante que nós contaremos com a cooperação da UFMT de Barra do Garças (MT), que já trabalha há muito tempo com apicultura e disponibilizou um professor-pesquisador para nos ajudar e incentivar a produção por aqui”, disse Souza.

De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do município, Dimas Gomes Neto, 62 anos, o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) de Alto Araguaia já treinou cerca de 80 pessoas para atuarem na área. Agora, o principal desafio da associação é fazer com que essas pessoas decidam investir na atividade apícola e se tornem criadores de abelhas, aumentando a produção de mel e seus derivados, o que vai viabilizar a utilização da Casa do Mel.

Para Dimas, se tudo ocorrer dentro do previsto, em cerca de seis meses a Casa do Mel será inaugurada, com o início das atividades de beneficiamento do produto. Segundo ele, é preciso aguardar o tempo necessário para que os produtores comecem a atividade e as colméias estejam no tempo certo para extração do mel. A casa tem cerca 64,80 metros quadrados e está localizada na Rua A do Distrito Industrial. A obra foi autorizada em 2011 e custou aproximadamente R$ 400 mil do Governo Federal, com contrapartida do município (na aquisição da área e equipamentos de beneficiamento do mel).

O presidente eleito da associação ressalta que a associação vai lutar por todos os selos de qualidade (no âmbito municipal e federal) e será responsável pela negociação da produção. “O apicultor coleta o mel no apiário e o transporta até a Casa do Mel, de uma forma segura e com a qualidade de higiene. E quando chega à Casa do Mel, o produto vai ser centrifugado, decantado, envasado e comercializado de forma digna tanto para o consumidor quanto para o apicultor”, comenta Raimundo, ao falar que o espaço vai funcionar como uma pequena agroindústria.

O pedreiro Romeu Oliveira Maia, 50 anos, já construiu (ele mesmo) quatro caixas para colméias. Ele pretende conciliar a profissão com a apicultura e aumentar a renda. Maia está aguardando as decisões em torno da atividade apícola no município, para começar definitivamente a criação de abelhas. “A criação da associação facilita um pouco mais as coisas, precisa dela, é uma boa coisa. Ela pode fazer funcionar a Casa do Mel”, confirma o pedreiro.

Reportagem publicada na 3ª edição do Jornal JÁ - Outubro de 2015.

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